o grande nada

Pensamentos, confissões, teorias, dia-a-dia. Palavras palavras palavras. E o que mais...? Só. No fundo é só isso e mais nada. O que significa?

Friday, October 15, 2004

Não quero nunca mais ser revolucionária e nem ligar para coisas que as pessoas não ligam. Não quero mais ouvir Bjork nem apreciar poesia dadá em francês. Não quero criticar a Rede Globo nem a posição machista de camadas menos priviliegiadas socialmente, exposta em músicas de batidas fortes. Não quero nunca, nunca mais preferir gastar R$ 30,00 em um livro lindo sem pontuação e nem enredo claro a gastar o mesmo dinheiro no cabeleireiro. Também não quero desprezar a idéia de baladas ou comparar situações normais com filmes antigos que já trataram do assunto bem melhor, mas são antigos, em preto e branco, o James Dean está morto, então de que importa? Não quero mais me sentir mal com as luzes ofuscantes dos shoppings nem me sentir deslocada em meio a pós-pré-adolescentes e nem várias outras coisas. Mas acho que mesmo assim não seria o suficiente, mesmo mudando todas essas coisas e não sendo nunca mais como eu sou hoje, não adiantaria, a minha cintura não seria fina o suficiente, as minhas gírias não seriam modernas, a minha música não estaria na moda, não, nunca o suficiente.

Então é isso, eu continuo assim e as outras pessoas continuam como elas são, porque não é culpa de ninguém que a diferença seja gritante, e que ela grite e atrapalhe todo o clima mudo.

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