o grande nada

Pensamentos, confissões, teorias, dia-a-dia. Palavras palavras palavras. E o que mais...? Só. No fundo é só isso e mais nada. O que significa?

Tuesday, August 10, 2004

Outro dia, andando na rua, eu vi umas cenas daquelas bonitinhas. E tive uma visão privilegiada, de dentro da própria ação. Andando, contente, sem pressa, a mocinha (sim, por enquanto chamo ela de mocinha) ouve uma voz atrás dela. Acha que é mais um louco falando sozinho, mas ele aperta o passo e comenta com ela sobre o dia. Ela responde, monossilábica, que o dia está bonito sim. Daí ele fala mais alguma coisa, não sei bem o quê, ela responde, calada, aproveitando para olhar melhor para quem lhe dirige a palavra. Lindo. Alto, forte, moreno, verdadeiramente bonito. E simpático também. Fica falando sobre... sobre pouca coisa na verdade, como ele veio de longe e como precisa ler mais, sobre a rua, sobre nada em particular. Apresentou-se e cinco minutos depois a mocinha já não lembrava mais seu nome. De repente, no meio da conversa que começava a crescer e a dar seus primeiros passos, ela diz que precisa atravessar a rua e ele diz que é uma pena, que até a próxima. Acaba a cena.

Mas agora a hora bonitinha: horas depois, já voltando pra casa, a mocinha vê um cara alto e forte e moreno e bonito do outro lado da rua, os carros passando entre eles. O sinal fecha e eles atravessam. Era ele, de novo, e num daqueles truques de cinema como quando a câmera vem rápida de um lado e de repente gira, junto com a protagonista, pra acompanhar a visão dela voltando-se pra ele, eles se falam de novo. O sinal fechado, os dois no meio da faixa de pedestres, indo em direções opostas, andando de costas para poderem se ver, falam alguma coisa, ela vai pra casa, ele para o trabalho, e o sinal quase abrindo quando ele pega na mão dela, dizendo que foi bom ver ela de novo. Olha fundo nos olhos dela, segurando sua mão, o sinal quase abrindo, as pessoas correndo à sua volta, e diz que foi bom tê-la visto. Fim da cena bonitinha.

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