o grande nada

Pensamentos, confissões, teorias, dia-a-dia. Palavras palavras palavras. E o que mais...? Só. No fundo é só isso e mais nada. O que significa?

Tuesday, June 08, 2004

Querer é poder, pequeno gafanhoto, já dizia o mestre.

Nem lembrava dos desejos de ontem e hoje consegui a minha manhã de desprendimento total. Resolvi ver quanto tempo demorava a pé da PUC até o largo de pinheiros. Demora um pouquinho, sabia? No meu caso, demorou umas... 5 horas e pouco. Mas isso é escala de mim mesma, o que inclui momentos de ritmo acelerado, de contemplação ao sinal vermelho, e visitas, inúmeras visitas... biblioteca, cemitério, brechós, sebos, livrarias e cafés. Sim, acho que foi nessa ordem.

Mas... engraçado... hoje foi um dia de dentro. Eu lá fora, extremo contato com todas as pessoinhas e com o trânsito e o ritmo paulistano, sentindo tudo aqui. E odeio tentar explicar, porque fica redação-de-segundo-colegial demais.

De qualquer jeito, queria contar do mesmo cara sentado no mesmo lugar do mesmo jeitinho que eu tinha deixado ele há duas semanas, e do aperto que me deu não poder tocar naquela cena, e das lágrimas inexplicáveis no cemitério, ou da dor infundada que veio seguida de um alívio que foi batendo, porque eu não preciso de cura nenhuma. Também queria contar do depois, da análise de tudo isso, da praça tranquila, da mesa tranquila, das folhas de papel gastas na tentativa meio fracassada de botar tudo em palavras, do menino guardador de carros que merecia a atenção ininterrupta do olhar despreocupado alguma outra vez, e do engasgue sozinha, mas não só... do caixa do "mais água?!!" e do "obrigado moça", e depois da volta semi-desesperadora, da solidão do enjôo no meio de cinquenta mil pessoas no calor do ônibus lotado e na metade do caminho... e de chegar em casa. Acho que nunca estive mais feliz por chegar em casa.

Mas não vou explicar nada não...

Bom... agora não tenho mais a dor inexplicável nem a tranquilidade em meio ao caos, nem a felicidade nem o medo nem o alívio. Sim, fica um pouco do alívio e da tranquilidade... agora tenho a intangibilidade do observador de fora de cenas que já se foram.

êê papinho de pseudo-poeta metido a besta. mas tô sem saco pra mudar.

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