o grande nada

Pensamentos, confissões, teorias, dia-a-dia. Palavras palavras palavras. E o que mais...? Só. No fundo é só isso e mais nada. O que significa?

Sunday, May 23, 2004

O tempo pode ser tão absolutamente relativo que eu nem sei como explicar. Tic-tac, passaram-se duas horas. Tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, nem dois minutos. A lâmpada ainda está quente e apaga todo o meu quarto, o seu rosto pelas paredes, me atormentando, o cobertor gelado, nada faz sentido. E o telefone não toca... ele não toca, não toca, por que será que ele não quer tocar, eu não entendo, ele simplesmente não toca! Fica difícil achar coragem pra sair da cama quentinha às 6 da manhã quando eu sei que o telefone não quis tocar pra mim. Se nem o telefone, nem elezinho, liga pra mim, pra que ir encarar o mundo assim, sozinha, de dia e com frio? O mundo todo é muito duro de manhã cedo, ele tem milhares de sons no cinza maquinal da cidade, mas nenhum deles é o do telefone pra mim. Acho que o mundo é impessoal porque não liga pra mim. Isso faz todo o sentido do mundo, mas tenho a certeza absoluta de que os pensamentos conturbados que correm pela minha cabeça brincando de esconde-esconde que eu tento passar para o papel (ou para a tela nesse branco intimidante) não farão sentido pra mais ninguém fora de mim. O mundo fora de mim pode ser assustador. O Inferno são, realmente, os outros.

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