o grande nada

Pensamentos, confissões, teorias, dia-a-dia. Palavras palavras palavras. E o que mais...? Só. No fundo é só isso e mais nada. O que significa?

Sunday, January 18, 2004

- Menina, essa onda de assaltos está um horror!
- Nem me diga... eu tive até que blindar a minha Mercedez!
- Mas você soube do assalto na rua de baixo...? Deu até no Datena!
- Não, amiga, me conta...
- Não sei direito, mas vieram uns quatro rapazes pra roubar uma casa lá na rua de baixo. Mas o segurança (sabe aquele que a gente paga pra ficar rondando a rua? ele mesmo) viu e chamou a polícia, que uma vez na vida chegou rápido no lugar. Tão rápido que cercaram eles na casa! Os bandidos, sem saberem o que fazer, começaram a pular os muros das casas, vieram aqui pra nossa rua e renderam uma família.
- Qual??
- Você não conhece, tudo isso foi lá no fim da rua. .... Como eu dizia, eles renderam a mãe, o filho, a filha, o jardineiro e a empregada. Eram quatro, mas dois fugiram. Os outros dois, armados, ficaram 40 minutos na casa, daí resolveram amarrar o menino e o jardineiro e sair de carro com as mulheres.
- Mas e a polícia, não sabia que eles tinham fugido? Deveriam estar procurando na região.
- Então, menina, essa era o problema... Resolveram trancar um no porta-malas (o mais "de cor", sabe?), enquanto o outro ia no banco de trás com um violão e abraçando a menina. Imagine o horror de ter que abraçar um ladrão que está apontando uma arma pra você?!
- Ai, nem quero pensar... Mas e a polícia, não viu eles?
- A polícia tinha fechado a rua pelos dois lados! Mas o segurança (sabia que ele serviria pra alguma coisa!) viu a cara de medo da menina e o homem estranho e falou pros policiais que eram moradores, então os incompetentes deixaram eles passarem.
- Como incompetentes? Se tivessem parado teriam trocado tiros, e pêgo reféns e Deus sabe o que mais que se vê nesses programas da tarde da vida...
- Sim, mas então. Passaram por dois bloqueios policiais e ficaram dando voltas por Carapicuiba e região (ai, sabe aqueles lugares que eu não gosto nem de pronunciar o nome? coitadinhas das mulheres...) e acabaram deixando eles perto de uma Cohab.
- Mas e o menino e o caseiro?
- Jardineiro. E esse ainda tirou a sorte grande: só vinha uma vez por semana cuidar da casa e justo lá... Bom, os dois conseguiram se soltar e depois de muita insistência atenderam a polícia (porque você sabe como é, os ladrões tinham ameaçado eles). Mas no fim tudo acabou bem, nenhum ferido (fora um dos bandidos) e nenhum roubo.
- Mas conseguiram pegar eles?
- Só um, dos que fugiu mais cedo. Ele continuou pulando muros e se escondeu num cano aqui pertinho de casa, naquele terreno baldio. Depois fugiu pelo matagal (imagine que nojo!) e foi pegar uma lotação pra São Paulo. Por sorte o segurança (o mesmo! acho que ele merece um aumento) viu e anotou a placa, e pararam ele na raposo.
- Nossa... Chega a me dar uma certa dó desses rapazes. Tanto fizeram e não saíram com nenhum centavo!
- Dó dos assaltantes, Olga? Só você mesma...
- É, não sei mais o que pensar. Mas uma coisa é certa: essa onda de assaltos está um horror...
- Pois é...

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